Blog do MAG https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br Thu, 30 May 2019 23:56:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Posts bizarros de Bolsonaro não são apenas cortina de fumaça https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/08/posts-bizarros-de-bolsonaro-nao-sao-apenas-cortina-de-fumaca/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/08/posts-bizarros-de-bolsonaro-nao-sao-apenas-cortina-de-fumaca/#respond Fri, 08 Mar 2019 03:40:27 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Bolso-em-Itaipu-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=1124 A cada manifestação destrambelhada do presidente Jair Bolsonaro em discursos ou posts nas redes sociais surgem alertas de que o Mito estaria desviando a atenção dos incautos com temas destinados a criar uma “cortina de fumaça”.

Com a ajuda de seus golden boys, Bolsonaro lançaria provocações ultraconservadoras no território da chamada agenda de costumes para evitar a discussão ou esconder medidas relativas a questões políticas e econômicas –estas sim importantes.

Não há dúvida de que governantes procuram em determinados momentos distrair a plateia para deixar à sombra situações que desejariam acobertar. No entanto, basta acompanhar o noticiário para constatar que o presidente tem se expressado –mais do que deveria, aliás, para desespero de assessores– sobre reforma da Previdência e outros assuntos que os críticos da cortina de fumaça consideram mais sérios e negligenciados.

Não vejo um governo desdobrando-se para fugir de maneira apelativa da economia (área que o capitão assumidamente não entende) ou para atacar na surdina, como se não houvesse oposição e vigilância no Congresso e nos movimentos sociais. Tampouco parece ser uma estratégia maquiavélica urdida com maestria –mesmo porque são evidentes os erros e, em certos casos, o desgaste da imagem de Bolsonaro aos olhos de parte de seus apoiadores.

Na realidade me pergunto até que ponto não seria um pouco ao contrário. Certos setores da opinião pública passaram, nos últimos anos, a tratar a agenda econômica como prioridade absoluta. Tudo se desvaloriza diante da urgência de enxugar o estado e criar um ambiente “propício aos negócios”.

Sendo assim, é preciso assegurar que  a pauta das reformas funcione ela mesma como uma espécie de cortina de fumaça a minimizar ou silenciar o alarido alucinado do governo em outros ramos, como cultura, educação, orientação sexual, racismo e violência policial. Esses tópicos são vistos como um estorvo a prejudicar o objetivo principal. Deveriam ser evitados.

É sintomático, quanto a isso, que se convidem as pessoas a não reagir às manifestações nefastas do presidente, como se tratassem de questões menores forjadas para obliterar as maiores. Mas o que se considera pauta secundária do campo dos costumes é, na realidade, assunto relevante, que desempenha papel central na consolidação política do bolsonarismo –e também de seus correlatos populistas de ultradireita, mesmo em situações, como nos EUA, nas quais a economia vai bem.

Não se trata simplesmente de uma estratégia de negação ou ocultamento, mas, em sentido oposto, de uma explicitação de preocupações que antes viviam no limbo da relativa tolerância ou do conflito privado -pelo menos fora do que seria o campo presumível de atuação direta de um presidente da República (nisso, Bolsonaro, de maneira mais perigosa, lembra Jânio Quadros –e talvez termine, quem sabe, por repeti-lo também em outros aspectos).

Estamos assistindo nas intervenções personalizadas do presidente em redes sociais a um movimento nada democrático ou liberal para demarcar territórios de suspeição e levar o poder do estado à esfera da moralidade pessoal, num esforço de criminalizar opções comportamentais e justificar a repressão policialesca –em sintonia com o frenesi religioso-fascistoide emergente (o jornalista Bruno Torturra, a propósito, num de seus Boletins do Fim do Mundo, expõe argumentos interessantes em torno do caso “golden shower”).

Por fim, muito da fixação na atual agenda econômica deriva de uma onda economicista que cresceu em setores da mídia e das elites intelectuais em meio às conspirações do mundo empresarial e político que se seguiram à derrota da centro-direita em 2014. Criou-se a perspectiva de que se operaria um milagre das expectativas com o afastamento do PT e, posteriormente, com a aprovação de projetos como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista. O PIB cresceria, todos ficariam felizes e o resto seria o resto. Não foi o que aconteceu.

Apostam-se agora todas as fichas na fetichizada reforma da Previdência que, embora necessária, não vai retirar, por si, a economia da mediocridade. Enquanto isso, medidas outras, no campo tributário e dos estímulos, foram demonizadas e postas de lado.

Os profetas desse espetáculo frustrado do crescimento talvez pudessem (como se cobra, com razão, do PT) pensar numa salutar autocrítica. Os resultados até aqui são pífios –e parece  pouco culpar a greve dos caminhoneiros, as denúncias de Janot e a crise da Argentina pelo fiasco.

NA FOTO AO ALTO – Bolsonaro discursa em Itaipu – Alan Santos – 26.fev.2019/PR

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Tuíte de Eduardo exemplifica miséria mental do clã Bolsonaro https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/02/comentario-de-eduardo-bolsonaro-exemplifica-miseria-mental-do-cla-bolsonaro/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/02/comentario-de-eduardo-bolsonaro-exemplifica-miseria-mental-do-cla-bolsonaro/#respond Sat, 02 Mar 2019 23:34:55 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/15511142085c741fe0ebcf8_1551114208_3x2_lg-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=1107 Não se pode esperar grande coisa da malta fanatizada e desmiolada que frequenta redes sociais para alimentar guerras políticas e ideológicas. Os rinchos desse tipo de militância são conhecidos. Não seria de esperar que o tom fosse modulado para comentar o episódio da breve soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comparecer ao velório de seu neto.

O que em condições normais poderia, sim, causar espanto seria um deputado federal, filho do presidente da República, liderar o coro da palermice em momento tão delicado. Mas o que hoje podemos considerar normal? À luz dos padrões vigentes, num país que levou ao poder sumidades da ralé política, intelectual e moral, Eduardo Bolsonaro é apenas mais uma criatura repelente do pântano em que nos atolamos.

Seu comentário no Twitter, que ignora a lei (presos podem sair nesses casos) e também as regras básicas de convívio humano e democrático, não deixa dúvida sobre quem é o parlamentar conhecido por bajular Donald Trump e se entender com milicianos:  “Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado.”

Os “garotos” Huguinho, Zezinho e Luizinho Bolsonaro seriam apenas personagens extravagantes não fossem exemplo da miséria mental e dos costumes do clã do presidente -que se comporta perigosamente como dono do Brasil.

Até aqui, Bolsonaro, o pai, preferiu silenciar sobre Lula. Melhor. Como disse Romário sobre Pelé, calado é um poeta. Sua incontinência verbal já levou conselheiros e interlocutores políticos a preparar um plano para limitar os comentários do mandatário sobre a reforma da Previdência –o principal  assunto que ainda leva o establishment a aturar esse despautério no poder.

FOTO NO ALTO – Eduardo Bolsonaro em companhia de Steve Bannon, ex-assessor estratégico de Donald Trump, ideólogo do populismo nacionalista de extrema direita

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Empresa cria super-herói Neymar; então já é hora de o craque largar a chupeta https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/06/26/empresa-cria-super-heroi-neymar-entao-ja-e-hora-de-o-craque-largar-a-chupeta/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/06/26/empresa-cria-super-heroi-neymar-entao-ja-e-hora-de-o-craque-largar-a-chupeta/#respond Tue, 26 Jun 2018 12:03:36 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/img_3780-320x213.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=746 Uma empresa internacional está construindo um super-herói a partir da figura de Neymar Jr. para ser lançado nas redes sociais e em outras mídias, virtuais e físicas. A idéia é que os superpoderes do personagem sejam suas tatuagens, que ganharão vida.

Neymar é um superstar global que, segundo se contabiliza, ganha mais de R$ 3 milhões por semana só de salário. Méritos dele. É o mito que mita. E parece gostar muito disso. É midiático até o último fio de cabelo. Aproveitou o momento em que o mundo inteiro estaria de olho nele –a estreia da seleção na Copa– para aparecer com um corte de cabelo tipo vai causar. Alguns chegaram a considerar que o assunto seria da esfera privada.

À diferença do que vale para uma pessoa comum, é muito menor, no caso de um superstar, o círculo protegido pela privacidade. Ele vive no mundo da fama, da exposição pública, do marketing pessoal, do show-off.   Um choro no centro do picadeiro, transmitido ao vivo para o mundo, não pode ser considerado simplesmente um momento íntimo.

Foi muito fácil entender o que Neymar disse ao árbitro de Brasil x Costa Rica a certa altura do jogo, quando este, num gesto leve, tocou a mão no supercraque brasileiro: “don’t touch me, don’t touch me”. Engraçado, porque brasileiros em geral tocam os outros e são tocados. O tapinha no ombro e o desagradável tapinha na barriga… Clássicos. Muitos europeus e norte-americanos estranham bastante e não gostam. Essa de “don’t touch me”, ele deve aprendido por lá.

O fato é que cheio desses não me toques, o nosso craque maior está se tornando um chato. Joga muita bola, não se discute. Mas já está na hora de largar a chupeta, parar de fazer manha, de provocar os amiguinhos, de jogar o brinquedinho na parede e xingar a babá.

Quando Casagrande disse, com razão, que parte da mídia estava criando um monstro ao passar a mão na cabeça de Neymar, o pai ficou ofendido e atacou o comentarista e ex-ídolo do Corinthians. Fechado com uma turma de “parças”, que pega carona com o amigo famoso nas redes sociais, ele parece viver sob o império do ego. Quem o critica é “anti”.

Só que na Europa, Neymar há tempos é alvo de críticas de gente grade por atitudes constrangedoras e desnecessárias, como provocações bobocas em campo a colegas de profissão. Aos poucos seus gestos foram alimentando uma legião de “haters”.

Neste momento, faria um bem a todos e a ele mesmo se tratasse de se concentrar  em jogar futebol. Neymar, seu craque, ganha essa caneco para o Brasil! Não vamos querer que você seja um Federer, mas menos mimimi e mais fair play!

 

FOTO ACIMA – Neymar depois da vitória contra a seleção da Costa Rica – Ricardo P./Código19/Folhapress

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