Blog do MAG https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br Thu, 30 May 2019 23:56:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Tuíte de Eduardo exemplifica miséria mental do clã Bolsonaro https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/02/comentario-de-eduardo-bolsonaro-exemplifica-miseria-mental-do-cla-bolsonaro/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/02/comentario-de-eduardo-bolsonaro-exemplifica-miseria-mental-do-cla-bolsonaro/#respond Sat, 02 Mar 2019 23:34:55 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/15511142085c741fe0ebcf8_1551114208_3x2_lg-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=1107 Não se pode esperar grande coisa da malta fanatizada e desmiolada que frequenta redes sociais para alimentar guerras políticas e ideológicas. Os rinchos desse tipo de militância são conhecidos. Não seria de esperar que o tom fosse modulado para comentar o episódio da breve soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comparecer ao velório de seu neto.

O que em condições normais poderia, sim, causar espanto seria um deputado federal, filho do presidente da República, liderar o coro da palermice em momento tão delicado. Mas o que hoje podemos considerar normal? À luz dos padrões vigentes, num país que levou ao poder sumidades da ralé política, intelectual e moral, Eduardo Bolsonaro é apenas mais uma criatura repelente do pântano em que nos atolamos.

Seu comentário no Twitter, que ignora a lei (presos podem sair nesses casos) e também as regras básicas de convívio humano e democrático, não deixa dúvida sobre quem é o parlamentar conhecido por bajular Donald Trump e se entender com milicianos:  “Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado.”

Os “garotos” Huguinho, Zezinho e Luizinho Bolsonaro seriam apenas personagens extravagantes não fossem exemplo da miséria mental e dos costumes do clã do presidente -que se comporta perigosamente como dono do Brasil.

Até aqui, Bolsonaro, o pai, preferiu silenciar sobre Lula. Melhor. Como disse Romário sobre Pelé, calado é um poeta. Sua incontinência verbal já levou conselheiros e interlocutores políticos a preparar um plano para limitar os comentários do mandatário sobre a reforma da Previdência –o principal  assunto que ainda leva o establishment a aturar esse despautério no poder.

FOTO NO ALTO – Eduardo Bolsonaro em companhia de Steve Bannon, ex-assessor estratégico de Donald Trump, ideólogo do populismo nacionalista de extrema direita

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Coxa, Haddad prega para convertidos e dá esperança a Ciro Gomes https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/09/07/coxa-haddad-prega-para-convertidos-e-da-esperanca-a-ciro-gomes/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/09/07/coxa-haddad-prega-para-convertidos-e-da-esperanca-a-ciro-gomes/#respond Fri, 07 Sep 2018 18:16:12 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/fernando-haddad-2-1920x1096-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=977 Petistas comemoraram nas redes sociais o desempenho de Fernando Haddad em entrevista à Globonews na noite de quinta-feira (6). Convidado formalmente como vice para a série de sabatinas da emissora, o ex-prefeito, como se sabe, é o virtual candidato do PT à eleição presidencial.

Compreende-se que sua performance tenha agradado a militantes de classe média e da esquerda caviar que acompanharam o programa. Haddad comportou-se como um advogdo de seu partido esgrimindo argumentos do tipo inteligentes e articulados  –alguns bons, outros fracos— para condenar as assimetrias que se impuseram com a condenação de Lula e denunciar o papel dos derrotados por Dilma, a começar pelo tucano Aécio Neves,  na articulação de uma conspiração para invalidar o resultado das urnas.

Haddad falou para uma plateia de gente educada progressista, que é o seu forte. Obrigado a carregar o peso do arco de tendências do PT, onde não é e nem nunca foi unanimidade, viu-se constrangido a ser tímido no reconhecimento dos erros cometidos pelo partido e ranzinza na resistência à autocrítica e à flexibilidade.

Aguns parecem ter visto na entrevista um duelo entre a mídia golpista e o super-herói lulista. Bobagem. Primeiro porque hoje existem dois tipos de golpistas no Brasil, os que eram aliados do PT e os que continuam sendo.

Depois porque não é esse o ponto. Embora a Globonews não seja fórum de massas, a questão é saber se o ex-prefeito vai conseguir ter apelo popular, o que lhe faltou em São Paulo, e se será capaz de seduzir parcela dos não convertidos de classe média.

Haddad, goste-se ou não, é coxa. É hoje o mais tucano, no sentido histórico, dos petistas. Na entrevista,  arrumadinho, parecia uma espécie de new FHC do quem sabe new PT.

Se for nessa toada, vai depender, ainda mais do que se poderia imaginar, do dedaço de Lula. E enquanto não se opera o milagre da transmutação, Ciro Gomes parece ganhar espaço para crescer no espectro da centro-esquerda.

 

 

 

 

 

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Criador de movimento de renovação se lança ao Senado pela Rede em São Paulo https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/08/24/criador-de-movimento-de-renovacao-se-lanca-ao-senado-pela-rede-em-sao-paulo/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/08/24/criador-de-movimento-de-renovacao-se-lanca-ao-senado-pela-rede-em-sao-paulo/#respond Fri, 24 Aug 2018 15:00:44 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/17356311-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=938 Em dezembro do ano passado entrevistei Pedro Henrique de Cristo, 34, para a Folha. Fundador e presidente do Instituto Brasil 21, um dos movimentos de renovação que andaram surgindo em meio à crise dos últimos anos, ele se lança agora numa aventura inédita, como candidato a senador por São Paulo pela Rede Sustentabilidade.

Sua história começa na Paraíba, estado natal, passa por estudos na Inglaterra e na universidade Harvard, nos EUA, desembarca na favela do Vidigal, no Rio, para um projeto inovador, e chega à cidade de São Paulo, onde passou a morar desde 2016, depois de ter sido ameaçado pelo poder paralelo carioca.

Em Harvard, onde se matriculou com bolsa integral das fundações Lemann e Estudar, dedicou-se a pesquisas interdisciplinares que procuravam unir o desenho de políticas públicas ao de espaços públicos e ao uso de tecnologia para criar redes comunitárias.

Com 2% das intenções de voto na  mais recente pesquisa Datafolha, ele falou ao blog sobre os movimentos de renovação, o cenário político e sua candidatura.

 

As expectativas dos chamados movimentos de renovação política para as eleições deste ano parecem ter ficado aquém do esperado. Além da sua candidatura, como você está vendo a participação desses movimentos na eleição? 

Os movimentos de renovação são essenciais para a transformação política do Brasil. Dentro do contexto atual é o único caminho. Por isso, me juntei a outras pessoas para iniciar esse movimento de mudança, fundando o Brasil 21. É verdade que esta tem sido uma batalha árdua para os movimentos, mas nossas vitórias existem.

Temos candidaturas competitivas nas proporcionais em basicamente todos os movimentos e a minha ao senado é a primeira independente do Brasil. Isso foi possível graças a uma resolução do estatuto da Rede Sustentabilidade, de 2017, que permite candidaturas cívicas, ou seja, independentes. Eram cinco critérios para efetivar a coligação do Brasil 21 com a Rede, um verdadeiro processo seletivo: ser ficha limpa, o curriculo, o manifesto do Brasil 21, apoio oficial do movimento à candidatura de Marina Silva e o reconhecimento da minha liderança em termos éticos, de competência e representatividade da sociedade civil, por pelo menos três entidades. Fomos reconhecidos por quatro –Movimento do Sem Teto do Centro, Humanitas 360, Etos Sustentável e Arq.Futuro.

Qual o seu histórico com a Rede? 

Conheço a Marina Silva desde 2010 e a apoiei na parte tecnológica na primeira metade da sua campanha presidencial, em 2014. Ela acompanha e participa do meu trabalho há 8 anos. Nunca havia pensado em me filiar a qualquer partido. Meu desejo era transformar a política por meio da Ágora Digital, projeto de democracia participativa desenvolvido no Centro de São Paulo, no Vidigal no Rio, e, mais recentemente, em Valparaíso, no Chile. A escolha do meu nome como candidato ao Senado é resultado do trabalho do movimento Brasil21. Representamos a sociedade civil na disputa pelo Senado de São Paulo. Foi uma vitória conseguir a vaga da Rede ao Senado, não sendo originalmente do partido. Agora vamos trabalhar para vencer a eleição e fazer a mudança a que temos nos dedicado tanto.

A Rede terá pouquíssimo tempo de TV e recursos limitados. Como você vai lidar com essa realidade? Você tem investidores que te apoiam?

Sim, a Rede não terá muito tempo de TV. Nós abrimos mão do fundo partidário, mas transformamos esse desafio em oportunidade. Contamos com apoiadores de diferentes classes sociais, do empresariado a lideranças comunitárias. Alguns apoiam com dinheiro, outros com trabalho e conhecimento. A ideia é baixo custo com alta eficácia. Nossa comunicação com o eleitor será por meio de redes sociais e da ação em territórios.

Quem são suas principais articulações em São Paulo? E bandeiras?

Trabalhamos com os movimentos sociais e instituições ligadas ao urbanismo, educação e inovação. Entre nossas principais bandeiras estão a geração de emprego e renda, com foco na melhoria do ambiente de negócios no Estado, criação de linhas de crédito para pequenos e médios empreendedores, os que mais empregam, e inovação. Outra prioridade é a educação voltada para primeira infância, dando oportunidades iguais para todas as crianças e apoiando a volta das mães ao mercado de trabalho. Vamos adaptar o modelo chileno do projeto Cresce Contigo, que integra saúde, educação e assistência social. Outro caminho fundamental para a transformação é a internet pública de alta velocidade para todos.

Queremos que São Paulo seja o primeiro estado brasileiro com 100% de internet gratuita, consolidando-o como um pólo de inovação e gerando ganhos de produtividade muito superiores ao custo dessa política pública. Essas propostas aliadas a um urbanismo de qualidade são capazes de gerar cidades mais seguras, com melhor mobilidade, saneamento, espaços públicos inclusivos e verdes e com maior capacidade de inovação.

Você vai competir com nomes tradicionais, como Eduardo Suplicy, do PT. Acredita que o eleitor quer novidade para o Senado? Como enfrentar essa situação? 

Certamente o eleitor quer novidades nesta eleição. Está mais do que na hora dos políticos atuais abrirem espaço para novas gerações mais preparadas para lidar com os desafios de São Paulo e do Brasil no século 21. A eleição para o Senado é a grande oportunidade para nós, cidadãos, começarmos a tomar a nossa democracia de volta, há décadas nas mãos dos cartéis políticos que monopolizam o poder. Precisamos democratizar nossa democracia e não podemos esperar mais.

Quais os principais erros do PT e das esquerdas nos últimos anos?

O principal erro foi manter o mesmo modelo de governabilidade para continuarr no poder, esquecendo dos anos de luta por um país mais democrático e justo. Todos os partidos no Brasil fizeram a mesma coisa e é por isso que não formamos novas lideranças políticas.

Você acredita que Bolsonaro chegue ao segundo turno?

Esta eleição está muito pulverizada, o que aumenta o risco de termos Bolsonaro no segundo turno. Apenas Lula, Marina e ele têm um eleitorado que independe dos seus respectivos partidos. Precisamos despertar nas pessoas a esperança de que existe uma outra maneira de fazer política. O surgimento dos movimentos de renovação prova que isso é possível. 

FOTO NO ALTO – Pedro Henriue de Cristo – Zanone Fraissat/Folhapress

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Capacidade de transmissão de votos de Lula para Haddad é a maior incógnita https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/08/22/capacidade-de-transmissao-de-votos-de-lula-para-haddad-e-a-maior-incognita/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/08/22/capacidade-de-transmissao-de-votos-de-lula-para-haddad-e-a-maior-incognita/#respond Wed, 22 Aug 2018 06:01:47 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/download-1.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=926 As pesquisas Ibope e Datafolha, que fecham o ciclo pré-campanha na TV e no rádio, convergem ao detectar um aumento das preferências pelo candidato  Luiz Inácio Lula da Silva. No levantamento do Datafolha divulgado nesta quarta (22/8), o petista atinge impressionantes 39%. O movimento coincide com o início da transição que o PT terá de fazer do ex-presidente, condenado em segunda instância, para seu vice de mentirinha, Fernando Haddad.

A ideia da sigla, como se noticia, é martelar por ora a dobradinha “Lula e Haddad” para em breve, com a provável inabilitação do postulante preso, mudar para  “Lula é Haddad”. A resiliência do líder petista aumenta a possibilidade de exploração da ideia de que uma injustiça é cometida em prejuízo da democracia –restando a escolha do ex-prefeito de São Paulo para o Brasil “voltar a ser feliz”.

Se vai dar certo, não se sabe, mas Haddad é pouco conhecido e tem um caminho a ser desbravado.

Não há dúvida de que a chamada “era Lula” é a grande referência presente de um tempo de resultados favoráveis para a maioria da população. É certo também que o governo Temer, marcado por enorme impopularidade, acusações de corrupção e insucessos variados, acabou por requalificar o lulismo, que parecia em certo momento nocauteado.

O petismo, não se discute, enfrenta problemas. Parcela expressiva (48%) diz que não votaria em alguém indicado por Lula. Retrato do momento ou tendência a se consolidar? Essa a pergunta que não quer calar: qual será afinal a capacidade de transmissão de votos do ex-presidente para Haddad? 

No front da direita, apesar de manter-se firme como segunda opção, Jair Bolsonaro pode estar batendo em seus limites. Não cai, mas também não sobre.  E é o rei da rejeição. Enquanto isso, Geraldo Alckmin continua patinando em baixos patamares, mas faz um brilhareco em simulações de segundo turno. Não é prudente descartar uma mudança de trajetória, dado o tempo de TV e as máquinas envolvidas na candidatura do ex-governador paulista.

Essas foram as últimas pesquisas de uma série importante, mas limitada pelo fato de a fase decisiva das campanhas (a partir de setembro, com o horário de TV) não ter começado. Muita água ainda vai correr, mas o desenho de uma final clássica entre “azuis e vermelhos” parece provável. Na pele de quem? Haddad x Alckmin seria uma boa aposta, mas ainda não mais do que isso. 

Sim, um tertius pode surgir –Marina tingiria de verde a disputa? Quem sabe. É bom lembrar que não estamos diante de uma eleição “normal” como outras. É larga ainda a magem para o imponderável.  

 

 

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É hora da autocrítica do golpeachment https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/e-hora-da-autocritica-do-golpeachment/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/e-hora-da-autocritica-do-golpeachment/#respond Tue, 12 Jun 2018 14:25:52 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/15268230-320x213.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=695 O presidente Michel Temer atingiu o mais baixo nível de aprovação já registrado pelo Datafolha para ocupantes do cargo, suplantando seus próprios recordes negativos. Apenas 3% dizem que o governo é ótimo ou bom, o que é um vapor estatístico.

A economia brasileira vai caminhando, segundo analistas, para mais um ano de estagnação. O desemprego permanece em patamares elevadíssimos. O ajuste fiscal não foi feito. A propalada reforma da Previdência não saiu do papel. Tabelamentos de preços e outras relíquias populistas e intervencionistas voltaram à cena.

Temer foi alvo de duas denúncias da Procuradoria Geral da República por corrupção passiva e continua sendo investigado pela Polícia Federal, que já levantou sinais de desvios até em seus círculos domésticos. Alguns dos grandes amigos do presidente estão presos ou são atingidos por inquéritos e evidências de crimes.

Talvez imaginando-se com sete mil vidas, o ex-vice vangloriou-se em entrevista à TV por supostamente ter surpreendido o tabuleiro com uma  “jogada de mestre” ao decretar a intervenção federal militarizada na segurança do Rio –até aqui um tiro n’água.

Quando dos embates em torno do afastamento da presidente Dilma Roussef, diziam os apoiadores da movimentação que a retirada de cena da petista reeleita, com seu governo desastroso, daria lugar a um ministério “dream team” e a um subsequente choque positivo de credibilidade. As expectativas favoráveis entrariam em cena e a economia começaria a deslanchar.

Acabaria, aleluia, a gastança. Com a votação da  Previdência e uma rodada ambiciosa de concessões de infraestrutura para a iniciativa privada as contas públicas seriam salvas. Investidores começariam a disputar o Brasil a tapa.  O PIB cresceria 4% em 2018 e um candidato identificado com as reformas estaria a essa altura muito bem posicionado nas intenções de voto. O gigantão descortinaria, enfim, o portal de uma nova era liberal maravilha. Com o amparo tranquilizador das instituições, o Supremo e tudo.

É forçoso admitir que alguma coisa não deu certo.

Pergunto aos respeitáveis economistas e pensadores liberais, intelectuais e homens públicos de variadas matizes que viram na conspiração e num fantasmagórico governo Temer uma perspectiva promissora a ser apoiada: não está na hora de uma autocrítica do impeachment? Ou diria melhor, do golpeachment?

 

FOTO – Imagem da pintura “Mancha no Planalto” (2013), de Ciro Cozzolino. Ernesto Rodrigues/Folhapress/Acervo Paper Box Lab Institute

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Temer, o rejeitado, caiu na real; mas Meirelles, o iludido, ainda não https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/05/22/temer-o-rejeitado-caiu-na-real-mas-meirelles-o-iludido-ainda-nao/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/05/22/temer-o-rejeitado-caiu-na-real-mas-meirelles-o-iludido-ainda-nao/#respond Tue, 22 May 2018 19:23:07 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/2e583dd6b91d37fb3285a5bc5764e1b28fec546b552d879942727bbed52c7e69_5b04639d93a33-320x213.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=638  

Depois do devaneio de lançar-se à reeleição, quando apareceu em programas populares de TV, garantiu que defenderia seu legado e acreditou ter descortinado uma “jogada de mestre” ao decretar a intervenção no Rio, eis que Michel Temer caiu na real. Após novas pesquisas, que só confirmaram seus recordes de impopularidade, e na sequência de pressões de seu círculo próximo para que largasse o osso, Temer, o rejeitado, abdicou em favor de Meirelles, o iludido.

O ex-ministro da Fazenda, que também poderia ter como epíteto “o vaidoso”,  parece nutrir ambições presidenciais que, não fosse o senador José Serra (PSDB), poderiam ser consideradas sem paralelo. Meirelles tem a vantagem de possuir recursos para invetir em campanha e pertencer a uma legenda grande, com tempo de TV. Mas não tem nenhum enraizamento político. É mais para outsider do que outra coisa. E o que seria seu carro-chefe,  a sonhada  recuperação vigorosa da economia pós-Dilma, deu  lá uma andada, mas furou o pneu. Claro que o candidato contará com simpatias do mercado, mas isso não basta para ganhar eleição. Ademais, se o cálculo conspiratório do advento do espetáculo do PIB tivesse acontecido, seria, afinal, Temer, não Meirelles, o nome do MDB.

Apesar dos apelos do presidente, dificilmente o partido vai se unir em torno da candidatura. Nomes como Renan Calheiros, Roberto Requião e Eunício de Oliveira tendem a sair de lado. Quanto às possibilidades de futuro entendimento com Geraldo Alckmin, ainda é cedo para saber. O tucano tem muito mais estrada e mais perspectivas como candidato do que o ex-ministro.

A possibilidade, aliás, de que se repita em 2018 o padrão de uma candidatura de centro-direita contra outra de centro-esquerda não parece mais tão improvável quanto já pareceu. Alckmin, apesar de ainda estar em patamares baixos nas pesquisas, tem boas chances de ser o nome da centro-direita. Quanto à  centro-esquerda, Ciro Gomes, por ora, parece ter mais cancha para prosperar. Resta esperar a turma do PT receber alta do hospício para ver o que vai acontecer. Mas não é de descartar um racha, que leve alguns petistas mais equilibrados a apoiar a candidatura do PDT. A ver.

 

FOTO – Meirelles e Temer em Brasília, 22.05.2018. REUTERS/Adriano Machado

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Lava Jato não é santa, nem Lula é freira em prostíbulo https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/01/25/lava-jato-nao-e-santa-nem-lula-e-freira-em-prostibulo/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/01/25/lava-jato-nao-e-santa-nem-lula-e-freira-em-prostibulo/#respond Thu, 25 Jan 2018 04:31:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=277 Não é difícil considerar que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido a consequência presumível de uma conspiração iniciada tão logo o senador (ainda senador, não?) Aécio Neves viu-se derrotado em sua cozinha mineira por Dilma Rousseff. Uma das mais medíocres personagens políticas que o Brasil já levou à Presidência da República, a petista foi  legitimamente eleita após uma campanha em que certamente mentiu (mas quem não?) ao prometer, sem poder cumprir, a continuidade das benesses que a maioria dos eleitores identificava como fruto do melhor ciclo petista.

Sua deposição foi provocada por supostos crimes contábeis, considerados bem mais graves pela articulação dominante do que a “armação” que o  atual presidente (“tem que manter isso, viu”) apontou nas duas denúncias por corrupção apresentadas pela PGR contra ele. Conjunto da obra por conjunto da obra, difícil perder historicamente para a turma que votou pelo impeachment.

Não há como contestar as inclinações político-ideológicas da Lava Jato –tampouco seus acertos.

Foi e é indefensável a decisão do ministro Gilmar Mendes (essa caricatura “bem preparada”, e por isso mesmo mais deplorável, do nosso fetiche bacharel-farsesco a serviço do “establishment”)  de aniquilar numa penada a cristalina prerrogativa constitucional de o Executivo designar um ministro (Lula para a Casa Civil) –e em rápida sequência do constrangedor e espetacular abuso constitucional cometido intencionalmente pelo juiz Sergio Moro ao divulgar um áudio da presidente da República.

Moro, santamente, pediu desculpas ao STF e ficou santamente por isso mesmo. Em qualquer país sério, seria pênalti passível de cartão vermelho.

Depois desse episódio, nada poderia ser recebido como surpresa em matéria de vamos retirar o PT da sala.

Posto isso,  o petismo  não melhora muito as coisas. O PT, lamento dizer, roubou como gente grande e se aliou com o pior que existe na política brasileira, como bem prova (nesse caso, prova irrefutável) a escolha, em duas eleições, de seu vice-presidente.

A esquerda brasileira perdeu o bonde da história e cegou-se com o poder. Vive no contexto ideológico de meados do século 20 e continua incapaz de fazer autocrítica por modesta que seja. Nada de novo nesse front.

A direita e a “mídia”, eis as grandes culpadas pelos erros e fracassos estrondosos cometidos pelo petismo e seus aliados de direita, fisiológicos, bíblicos e patrimonialistas.

Lula, aliás, já tinha dito em 2015 que  o PT precisava de uma revolução: perdera a utopia e só pensava em cargos e ganhar eleição. “Temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos ou nosso projeto”, disse o líder há três anos. Ao que se vê, não salvaram nenhum dos três.

Grande parte do partido e de seus parceiros íntimos, como Sérgio Cabral (só para citar o corrupto ostentação brother de Lula, amigão de Copa e Olimpíada, nosso esportivo  Maluf à beira-mar), foi apanhada no exercício da mais deslavada corrupção (desculpe o udenismo, mas corrupção existe) contra o patrimônio público. O famoso desvio de dinheiro do povo. Bilhões. Declarados, aliás, por baixo, em balanço oficial da Petrobras. Para não falar do loteamento a serviço da rapinagem em outras estatais –que Lula, claro, não sabia.

– Ah, mas os tucanos não são corruptos também?

Bem, respondo: sim, ao que se observa, muitos –além do neto de Tancredo, já desmoralizado. Paulo Francis, aliás (waaaaal, I love this guy), denunciou a roubalheira na Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, como se pode ver neste vídeo imperdível para quem não conhece essa história.

Mas, enfim, pergunto, a ideia não era acabar com isso?

– Ah, mas não dava, né? Tinha que manter a “governabilidade”…

Jura?

Lula não é inocente. Nem eu. Outros que mereciam condenação não serão jamais condenados? Certamente. Injustiça? Sim.

Nada disso, contudo, faz de Lula (e do PT) essa freira no prostíbulo.

Respeito muito suas lágrimas. E os fiéis, as crenças e as procissões.

Mas não tenho religião.

PS – Lamento também que esse veredito tenha contrariado as argumentações jurídicas de Reinaldo Azevedo, meu candidato a próximo ministro do STF.

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