Blog do MAG https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br Thu, 30 May 2019 23:56:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sem PT no poder, direita briga e ameaça instituições https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/21/sem-pt-no-poder-direita-briga-e-ameaca-instituicoes/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/03/21/sem-pt-no-poder-direita-briga-e-ameaca-instituicoes/#respond Thu, 21 Mar 2019 20:12:19 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/MORO-FOTO-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=1171 Na ausência do PT no Planalto para ser malhado e unificar o campo conservador, a direita, em suas diversas matizes, briga entre si. O tiroteio compromete as instituições e o andamento da pauta no Legislativo.

No campo governista, os enfrentamentos são múltiplos. Populistas circenses da seita olavista brigam com os generais. O núcleo familiar se estranha com várias frentes. O PSL é uma desarmonia só.

No campo institucional, o STF, o ministro Moro, a Lava Jato e o presidente da Câmara duelam à luz do sol, pondo em risco o que resta de estabilidade do país.

A prisão intempestiva do ex-presidente Temer e de seu ex-ministro Moreira Franco (do qual a mulher de Maia é enteada) se inscreve nesse contexto perigoso de litígios. Como já havia alertado o colunista Vinicius Torres Freire, o poder está em guerras.

A ideia de que o impeachment de Dilma Rousseff levaria o país a um ciclo liberal virtuoso de estabilidade e desenvolvimento vai se confirmando como quimera. O ambiente se deteriora. Nuvens cinzas se acumulam no horizonte. Oremos.

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Governo das cavernas faz dois meses com festival de asneiras e ameaças a direitos https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/02/28/governo-das-cavernas-faz-dois-meses-com-festival-de-asneiras-e-ameacas-a-direitos/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2019/02/28/governo-das-cavernas-faz-dois-meses-com-festival-de-asneiras-e-ameacas-a-direitos/#respond Thu, 28 Feb 2019 07:17:22 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Bolso-em-Itaipu-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=1093 O governo de Jair Bolsonaro chega a seu segundo mês de vida como ameaça aos direitos e fonte inesgotável de asneiras. Foram tantas as demonstrações de parvoíce, despreparo e amadorismo; tantos os malfeitos que se revelaram em tão curto espaço de tempo, envolvendo a família do presidente e seu partido; tantas as evidências de que o mandatário não reúne as qualidades desejáveis para o cargo –que é difícil acompanhar e comentar cada uma dessas ocorrências.

Já seria possível publicar um novo e bem servido Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País) com o que se viu e ouviu neste breve interregno.

Embora farto (o que seria, em tese,  bom para o debate), o material produzido pelos novos governantes é de baixíssima qualidade. Mais desestimula  do que anima a discussão proveitosa. É como se profissionais da crítica literária ou cinematográfica se vissem na obrigação diária de gastar tinta com produções mambembes, caricatas e sem nenhuma graça ou lampejo de talento.

É um governo abaixo da crítica. Por ora, apenas a cansativa (e fetichizada) reforma da Previdência parece despertar algum ânimo e apoio de  setores da opinião pública mais qualificada.Todavia,  menos, para muitos, por seus méritos intrínsecos e mais pela evidência de sua importância para a agenda de médio e longo prazos do país.

Pode-se obstar que também o pacote apresentado pelo ministro Sergio Moro tem merecido seus aplausos, o que é fato. Há pontos, admita-se, a se levar em conta, mas é gritante a incivilidade proposta pelo ex-juiz com o intuito de proteger o assassinato cometido por policiais. “Ah, o presidente prometeu em campanha”, desculpou-se.

Moro tem engolido tantos sapos que já começa ele mesmo a lembrar um desses batráquios  -a pular daqui para lá, fugir de questionamentos e esconder-se no brejão da lagoa. Suas medidas padecem também de descaso com previsões econômicas. O plano, em sintonia com a visão atrasada do presidente, levaria a um aumento do encarceramento. Quanto isso vai custar e quem vai pagar a conta? Ou a ideia é matar antes e prender?

Moro e Paulo Guedes têm sido contemplados por opinadores com a designação de ministros “não-ideológicos”. Entende-se o propósito de reservar o termo “ideológico” para os personagens mais bizarros da ultradireita circense que ocupa pastas como Educação, Relações Exteriores e Mulher. Mas a eventual competência técnica dos dois paladinos do liberal-moralismo não os livra de suas patentes inclinações ideológicas.

Além dessa clivagem marota, uma outra virou moda  -a separação da pauta econômica das demais, que passaram a ser consideradas de “costumes”. Claro que para o economicismo em voga o que interessa é a primeira. O resto pode esperar. O perigo é que o rótulo ” costumes” encobre questões cruciais, inclusive para a economia, como os padrões da educação, a agenda sócioambiental, os direitos civis, a transparência pública etc.

Espanta, ainda (em território além das fronteiras oficiais do governo, mas dentro de sua esfera ideológica e de influência), a desenvoltura com que uma horda de psicopatas vem dando vazão a seus impulsos mais tenebrosos em seguidas agressões e homicídios cometidos contra pessoas vulneráveis. Mulheres, negros, pobres, integrantes da comunidade LGBT, estão todos transformados em alvos autorizados desse governo das cavernas.

Chegamos ao ponto de ver como garantia de normalidade a presença em massa de generais de pijama no poder,  já avaliados, a essa altura,  como “competentíssimos”.

O futuro a Deus pertence, repetia outro aventureiro que chegou ao Planalto. Não é uma assertiva animadora. Sabe-se que as projeções econômicas não são boas e que mesmo a reforma da Previdência, se aprovada, não terá o condão de patrocinar o sempre anunciado, mas ainda não operado, milagre das expectativas.

Regras previdenciárias mais sensatas servem sim como uma espécie de seguro para quem queira investir num futuro sustentável. Mas por si, não deverão modificar o panorama de maneira notável. A reforma poderá em vez de  bombar a economia e fortalecer Bolsonaro, revelar-se pouco estimulante para reanimar os negócios,  e enfraquecê-lo. Veremos.

 

NA FOTO AO ALTO –  Presidente Jair Bolsonaro durante discurso em Itaipu, quando se referiu ao ditador Alfredo Stroessner (1912-2006) como um “estadista” – Alan Santos – 26.fev.2019/PR

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Coxa, Haddad prega para convertidos e dá esperança a Ciro Gomes https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/09/07/coxa-haddad-prega-para-convertidos-e-da-esperanca-a-ciro-gomes/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/09/07/coxa-haddad-prega-para-convertidos-e-da-esperanca-a-ciro-gomes/#respond Fri, 07 Sep 2018 18:16:12 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/fernando-haddad-2-1920x1096-320x213.jpg https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=977 Petistas comemoraram nas redes sociais o desempenho de Fernando Haddad em entrevista à Globonews na noite de quinta-feira (6). Convidado formalmente como vice para a série de sabatinas da emissora, o ex-prefeito, como se sabe, é o virtual candidato do PT à eleição presidencial.

Compreende-se que sua performance tenha agradado a militantes de classe média e da esquerda caviar que acompanharam o programa. Haddad comportou-se como um advogdo de seu partido esgrimindo argumentos do tipo inteligentes e articulados  –alguns bons, outros fracos— para condenar as assimetrias que se impuseram com a condenação de Lula e denunciar o papel dos derrotados por Dilma, a começar pelo tucano Aécio Neves,  na articulação de uma conspiração para invalidar o resultado das urnas.

Haddad falou para uma plateia de gente educada progressista, que é o seu forte. Obrigado a carregar o peso do arco de tendências do PT, onde não é e nem nunca foi unanimidade, viu-se constrangido a ser tímido no reconhecimento dos erros cometidos pelo partido e ranzinza na resistência à autocrítica e à flexibilidade.

Aguns parecem ter visto na entrevista um duelo entre a mídia golpista e o super-herói lulista. Bobagem. Primeiro porque hoje existem dois tipos de golpistas no Brasil, os que eram aliados do PT e os que continuam sendo.

Depois porque não é esse o ponto. Embora a Globonews não seja fórum de massas, a questão é saber se o ex-prefeito vai conseguir ter apelo popular, o que lhe faltou em São Paulo, e se será capaz de seduzir parcela dos não convertidos de classe média.

Haddad, goste-se ou não, é coxa. É hoje o mais tucano, no sentido histórico, dos petistas. Na entrevista,  arrumadinho, parecia uma espécie de new FHC do quem sabe new PT.

Se for nessa toada, vai depender, ainda mais do que se poderia imaginar, do dedaço de Lula. E enquanto não se opera o milagre da transmutação, Ciro Gomes parece ganhar espaço para crescer no espectro da centro-esquerda.

 

 

 

 

 

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Semiparlamentarismo explode com pautas-bomba e Ponte para o Futuro vira túnel para o passado https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/07/12/semiparlamentarismo-explode-com-pautas-bomba-e-ponte-para-o-futuro-vira-tunel-para-o-passado/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/07/12/semiparlamentarismo-explode-com-pautas-bomba-e-ponte-para-o-futuro-vira-tunel-para-o-passado/#respond Thu, 12 Jul 2018 21:22:02 +0000 https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/15314136765b4784ac831a2_1531413676_3x2_lg-320x213.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=825 Visto por alguns como um arranjo engenhoso para os impasses políticos do país, o arremedo de semiparlamentarismo que teria se instalado após o afastamento da presidente Dilma Rousseff possuiria o vantajoso condão de controlar excessos do Executivo e ao mesmo tempo incorporar a agenda reformista que impulsionou Michel Temer em sua aventura conspiratória.

Nos termos do acordão que presidiu a virada de mesa iniciada em dezembro de 2015, o Congresso ganharia margem para tentar estancar a sangria da Lava Jato e aceitaria, em contrapartida, promover a pauta liberal do documento Ponte para o Futuro –empreendimento que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou, mas chamou, sem perder sua peculiar sagacidade, de “pinguela”.

A aprovação inicial de meia dúzia de reformas serviu para animar os entusiastas da empreitada, que passaram a minimizar os conhecidos traços do DNA de nossa maioria parlamentar, entre os quais o fisiologismo desenfreado, o oportunismo, a miséria moral, a demagogia e a inclinação populista de direita. Mesmo diante de manifestações deploráveis, como os aumentos em cascata concedidos por Temer logo no começo de sua gestão, acreditou-se que o “ soi-disant” semiparlamentarismo seria uma fórmula virtuosa.

Pois bem: não demorou muito para que o escorpião, como na parábola, acabasse por picar o sapo. Ao comprar da malta congressista sua permanência no cargo, Temer tornou-se um fantoche nas mãos do centrão e das bancadas empenhadas em lobbies diversos, no mais das vezes regressivos.

A possibilidade de que o populismo de direita triunfasse, sempre alta, materializou-se. O sistema improvisado, que serviria para ajudar o país a conter gastos, equilibrar contas e caminhar na direção de uma economia e de uma administração pública mais modernas e racionais, passou a fazer o contrário.

Sob os eflúvios do período eleitoral, com um presidente entregue às baratas, o semiparlamentarismo não aprovou a propalada reforma da Previdência, ampliou despesas e transformou-se no reinado do atraso e da irresponsabilidade.

Após uma sequência de concessões, que envolveu perdão de dívidas e benesses variadas para grupos de interesse, chegou-se ao fim da linha com a greve dos caminhoneiros. Fruto, entre outros motivos, da fragilidade do presidente e do devaneio mercadista imprudente da nova política de preços da Petrobras, a paralisação resultou em desfalque para a atividade econômica, os cofres públicos e o bolso do contribuinte.

Não bastassem os prejuízos, concedeu-se anistia aos grevistas mancomunados com empresas do setor e aprovou-se um inacreditável tabelamento do frete, em meio a pautas-bomba (sim, elas voltaram) que podem empurrar para 2019 despesas de cerca R$ 90 bilhões, segundo estimativa de reportagem desta Folha.

A ponte para o futuro virou túnel para o passado e o semiparlamentarismo parece ser o responsável pela engenharia.

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FOTO AO ALTO –  Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Congresso, durante debate sobre a lei orçamentária – Pedro Ladeira/Folhapress

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Lava Jato não é santa, nem Lula é freira em prostíbulo https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/01/25/lava-jato-nao-e-santa-nem-lula-e-freira-em-prostibulo/ https://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/2018/01/25/lava-jato-nao-e-santa-nem-lula-e-freira-em-prostibulo/#respond Thu, 25 Jan 2018 04:31:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://blogdomag.blogfolha.uol.com.br/?p=277 Não é difícil considerar que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido a consequência presumível de uma conspiração iniciada tão logo o senador (ainda senador, não?) Aécio Neves viu-se derrotado em sua cozinha mineira por Dilma Rousseff. Uma das mais medíocres personagens políticas que o Brasil já levou à Presidência da República, a petista foi  legitimamente eleita após uma campanha em que certamente mentiu (mas quem não?) ao prometer, sem poder cumprir, a continuidade das benesses que a maioria dos eleitores identificava como fruto do melhor ciclo petista.

Sua deposição foi provocada por supostos crimes contábeis, considerados bem mais graves pela articulação dominante do que a “armação” que o  atual presidente (“tem que manter isso, viu”) apontou nas duas denúncias por corrupção apresentadas pela PGR contra ele. Conjunto da obra por conjunto da obra, difícil perder historicamente para a turma que votou pelo impeachment.

Não há como contestar as inclinações político-ideológicas da Lava Jato –tampouco seus acertos.

Foi e é indefensável a decisão do ministro Gilmar Mendes (essa caricatura “bem preparada”, e por isso mesmo mais deplorável, do nosso fetiche bacharel-farsesco a serviço do “establishment”)  de aniquilar numa penada a cristalina prerrogativa constitucional de o Executivo designar um ministro (Lula para a Casa Civil) –e em rápida sequência do constrangedor e espetacular abuso constitucional cometido intencionalmente pelo juiz Sergio Moro ao divulgar um áudio da presidente da República.

Moro, santamente, pediu desculpas ao STF e ficou santamente por isso mesmo. Em qualquer país sério, seria pênalti passível de cartão vermelho.

Depois desse episódio, nada poderia ser recebido como surpresa em matéria de vamos retirar o PT da sala.

Posto isso,  o petismo  não melhora muito as coisas. O PT, lamento dizer, roubou como gente grande e se aliou com o pior que existe na política brasileira, como bem prova (nesse caso, prova irrefutável) a escolha, em duas eleições, de seu vice-presidente.

A esquerda brasileira perdeu o bonde da história e cegou-se com o poder. Vive no contexto ideológico de meados do século 20 e continua incapaz de fazer autocrítica por modesta que seja. Nada de novo nesse front.

A direita e a “mídia”, eis as grandes culpadas pelos erros e fracassos estrondosos cometidos pelo petismo e seus aliados de direita, fisiológicos, bíblicos e patrimonialistas.

Lula, aliás, já tinha dito em 2015 que  o PT precisava de uma revolução: perdera a utopia e só pensava em cargos e ganhar eleição. “Temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos ou nosso projeto”, disse o líder há três anos. Ao que se vê, não salvaram nenhum dos três.

Grande parte do partido e de seus parceiros íntimos, como Sérgio Cabral (só para citar o corrupto ostentação brother de Lula, amigão de Copa e Olimpíada, nosso esportivo  Maluf à beira-mar), foi apanhada no exercício da mais deslavada corrupção (desculpe o udenismo, mas corrupção existe) contra o patrimônio público. O famoso desvio de dinheiro do povo. Bilhões. Declarados, aliás, por baixo, em balanço oficial da Petrobras. Para não falar do loteamento a serviço da rapinagem em outras estatais –que Lula, claro, não sabia.

– Ah, mas os tucanos não são corruptos também?

Bem, respondo: sim, ao que se observa, muitos –além do neto de Tancredo, já desmoralizado. Paulo Francis, aliás (waaaaal, I love this guy), denunciou a roubalheira na Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, como se pode ver neste vídeo imperdível para quem não conhece essa história.

Mas, enfim, pergunto, a ideia não era acabar com isso?

– Ah, mas não dava, né? Tinha que manter a “governabilidade”…

Jura?

Lula não é inocente. Nem eu. Outros que mereciam condenação não serão jamais condenados? Certamente. Injustiça? Sim.

Nada disso, contudo, faz de Lula (e do PT) essa freira no prostíbulo.

Respeito muito suas lágrimas. E os fiéis, as crenças e as procissões.

Mas não tenho religião.

PS – Lamento também que esse veredito tenha contrariado as argumentações jurídicas de Reinaldo Azevedo, meu candidato a próximo ministro do STF.

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