Caso Flávio só piora e é explosivo

Marcos Augusto Gonçalves

O governo de Jair Bolsonaro nem sequer completou um mês e Flávio, o “garoto” eleito senador, nem mesmo foi diplomado. Mas as relações perigosíssimas da família estão nas manchetes dos jornais e começam a emparedar o presidente.

A bomba mais recente: Flávio empregou até novembro do ano passado, em seu gabinete na Alerj (a Assembleia Legislativa fluminense), a mãe e a mulher do capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, 42, tido como um comandante da organização criminosa Escritório do Crime, ligada a milicianos e suspeita de ter participado diretamente do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018.

O capitão está foragido e é um dos 13 alvos de operação deflagrada pelo Ministério Público estadual para prender cabeças do grupo, que atua nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, entre outras. Adriano e um colega de quadrilha foram homenageados por Flávio na Alerj.

Lembre-se que o governador Witzel, do Rio, foi fotografado ao lado de Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, responsáveis pelo famoso episódio da quebra de uma placa com o nome de Marielle Franco. Todos são do PSL, partido dos Bolsonaros. Daniel e Rodrigo foram eleitos deputado federal e deputado estadual, respectivamente.

Com as novas revelações, as suspeitas que já pesavam contra Flávio e seu assessor Fabrício Queiroz ganharam mais peso e sentido.

O caso é explosivo. Será difícil Jair Bolsonaro fingir que não é com ele. O mal-estar entre  generais e outros membros do governo será incontível. É um daqueles imbróglios que quanto mais se tenta explicar, mais se agrava.

Era de imaginar que o novo governo em algum momento acabaria tropeçando em seus erros e em suas precariedades. Mas não se imaginava tanto e tão cedo. #sópiora. Parabéns aos envolvidos.