Debate da Band mostra que continuamos na velha e boa Sucupira

Marcos Augusto Gonçalves

 

O debate de candidatos à Presidência da República da Band, realizado entre esta quinta e sexta (9 e 10/8) serviu para confirmar que continuamos na nossa velha e boa Sucupira. “O Bem Amado”, de Dias Gomes, não passa mais na TV, mas continua em cartaz na realidade política brasileira.

O tom farsesco já apareceu logo no início, quando candidatos se recusaram a responder a pergunta proposta para falar de suas biografias. E prosseguiu em outros tantos momentos, mostrando-se insuperável, porém, na bizarra e marcante performance do Cabo Daciolo.

O bombeiro do Patriotas, ligadão e altivo, foi eleito deputado federal em 2014 pelo PSOL, sigla da qual acabou expulso na sequência. Sempre evocando Deus, livro sagrado na mão e pegada dramática, o personagem nos fez lembrar mais uma vez –depois do desfile de patetas por ocasião do golpeachment– que Sucupira nos deixou, mas nós não deixamos Sucupira.

Mas não foisó ele. Outros, como o experimentado Álvaro Dias, com jeitão de Jerry Adriani bolado, também deram sua contribuição para a chanchada

Apesar de alguns momentos de debate efetivo e de declarações que serviram para medir melhor alguns candidatos, ficou a sensação de que tudo continua como antes. Na verdade pior, uma vez que o postulante do PT não pôde comparecer por estar na cadeia –o que mais uma vez nos leva à farsa social.

A estratégia petista de ficar de fora e criar um “debate” paralelo na internet pareceu-me um tanto pueril. Coisa de grêmio estudantil de Sucupira. Já é hora de o PT assumir seu candidato Fernando Haddad e se apresentar na campanha.

OK, foi apenas o começo. Mas não foi animador.