Empresa cria super-herói Neymar; então já é hora de o craque largar a chupeta

Marcos Augusto Gonçalves

Uma empresa internacional está construindo um super-herói a partir da figura de Neymar Jr. para ser lançado nas redes sociais e em outras mídias, virtuais e físicas. A idéia é que os superpoderes do personagem sejam suas tatuagens, que ganharão vida.

Neymar é um superstar global que, segundo se contabiliza, ganha mais de R$ 3 milhões por semana só de salário. Méritos dele. É o mito que mita. E parece gostar muito disso. É midiático até o último fio de cabelo. Aproveitou o momento em que o mundo inteiro estaria de olho nele –a estreia da seleção na Copa– para aparecer com um corte de cabelo tipo vai causar. Alguns chegaram a considerar que o assunto seria da esfera privada.

À diferença do que vale para uma pessoa comum, é muito menor, no caso de um superstar, o círculo protegido pela privacidade. Ele vive no mundo da fama, da exposição pública, do marketing pessoal, do show-off.   Um choro no centro do picadeiro, transmitido ao vivo para o mundo, não pode ser considerado simplesmente um momento íntimo.

Foi muito fácil entender o que Neymar disse ao árbitro de Brasil x Costa Rica a certa altura do jogo, quando este, num gesto leve, tocou a mão no supercraque brasileiro: “don’t touch me, don’t touch me”. Engraçado, porque brasileiros em geral tocam os outros e são tocados. O tapinha no ombro e o desagradável tapinha na barriga… Clássicos. Muitos europeus e norte-americanos estranham bastante e não gostam. Essa de “don’t touch me”, ele deve aprendido por lá.

O fato é que cheio desses não me toques, o nosso craque maior está se tornando um chato. Joga muita bola, não se discute. Mas já está na hora de largar a chupeta, parar de fazer manha, de provocar os amiguinhos, de jogar o brinquedinho na parede e xingar a babá.

Quando Casagrande disse, com razão, que parte da mídia estava criando um monstro ao passar a mão na cabeça de Neymar, o pai ficou ofendido e atacou o comentarista e ex-ídolo do Corinthians. Fechado com uma turma de “parças”, que pega carona com o amigo famoso nas redes sociais, ele parece viver sob o império do ego. Quem o critica é “anti”.

Só que na Europa, Neymar há tempos é alvo de críticas de gente grade por atitudes constrangedoras e desnecessárias, como provocações bobocas em campo a colegas de profissão. Aos poucos seus gestos foram alimentando uma legião de “haters”.

Neste momento, faria um bem a todos e a ele mesmo se tratasse de se concentrar  em jogar futebol. Neymar, seu craque, ganha essa caneco para o Brasil! Não vamos querer que você seja um Federer, mas menos mimimi e mais fair play!

 

FOTO ACIMA – Neymar depois da vitória contra a seleção da Costa Rica – Ricardo P./Código19/Folhapress